Oportunidades Unicas - Sabe aproveitá-las?

Oportunidades unicas aparecem geralmente apenas uma vez na vida. Por isso se chamam únicas e, por isso devemos saber aproveitá-las. Mas para isso, temos primeiro de as saber identificar. É comum falarmos com pessoas nossas amigas ou familiares, referindo-nos a alguém, a quem aconteceu uma coisa espectacular, seja alguém conhecido, ou apenas um relato que nos chegou através da comunicação social e, ouvirmos comentários do género: “ah! isso só a mim é que não acontece” “ só eu é que não tenho essa sorte” ... já ouviu frases como esta, não já? Provavelmente, até você mesmo já as disse um sem número de vezes. Mas, será inteligente, associar o “factor sorte” à oportunidade única que alguém teve?

Como encontrar oportunidades unicas

Para quem acredita no destino, sabe que há coincidências inexplicáveis (talvez porque não o sejam), umas boas, outras menos boas, mas há coisas que nos acontecem, para as quais não temos explicação e, por isso dizemos que é o destino, que já estava escrito, que tinha que acontecer. Eu gosto mais de dizer, que o destino somos nós que o fazemos, com os nossos erros, com a nossa atitude, com a nossa bondade ou com o nosso egoísmo, com a nossa maneira de estar na vida. Depois, há factores secundários, que são as adversidades que se atravessam no nosso caminho e que nos testam, por vezes até à exaustão. A forma como lidamos com elas é que determinam a nossa “sorte”. E eu vou-lhe mostrar hoje, como conseguir oportunidades únicas.

Mas antes, deixe-me apenas fazer um pequeno exercício mental consigo. Todos nós conhecemos alguém que é o típico “azarado”, que tudo de mau lhe acontece, talvez até você mesmo se identifique nessa categoria, a categoria dos ditos “azarados”. Vamos pensar um pouco naquilo que caracteriza uma pessoa dentro dessa categoria. Uma pessoa “sem sorte” é uma pessoa a quem constantemente sucedem coisas más, estranhas, difíceis, caricatas e que habitualmente não acontecem aos outros, pelo menos não com a mesma regularidade, certo? Mas porque estas coisas acontecem àquela pessoa e aos outros não? Porque é que uns têm oportunidades unicas na vida e outros não?

Lembra-se de eu há pouco ter dito, que a forma como lidamos com as coisas, é que determinam a nossa sorte? Acompanhe-me por favor neste exercício. Imagine o seguinte cenário comum, do dia a dia de um “azarado”:

O azarado sai de casa de manhã e como todos os dias ele dirige-se ao café do costume, um café numa ruela escondida com um aspecto sombrio e sujo, que tem os clientes do costume, para beber a meia de leite do costume, sentado à mesa do costume, uma mesa bem lá no fundo do café, longe da vista de toda a gente (não vá alguma coisa de mal lhe acontecer).

Quando chega à porta do café, vê um letreiro que diz: “encerrados para obras”. O azarado fica em pânico e pensa: “agora onde é que eu vou beber a minha meia de leite do costume?” Ele fica a olhar para o letreiro por alguns minutos, como que à espera que o letreiro se evapore e a porta se abra milagrosamente. Rabujando entre dentes algo como: “não tenho sorte nenhuma mesmo”, ele lá se arrasta à procura de um outro café onde possa ir beber a sua meia de leite. A poucos metros dali, ele encontra um café com muito bom aspecto por sinal, com uma esplanada bem simpática virada para o mar.

Está um lindo dia de sol e o azarado pensa, que até seria bom ficar cá fora a apreciar a vista. Ele senta-se na esplanada e pede a meia de leite do costume, enquanto agarra no jornal amachucado que trazia debaixo do braço e começa a ler. Enquanto desfolha o jornal, repara numa jovem que está sentada numa mesa mesmo em frente a ele a poucos metros de distância. A jovem é muito bonita, tem uns cabelos louros e longos que brilham ao sol, uns olhos grandes e expressivos, usa uma saia esvoaçante que deixa mostrar umas bonitas pernas morenas... e o azarado fica a olhar para ela a pensar: “que rapariga linda, como eu gostava de poder falar com ela!” (suspiros).

A jovem tem na mão um mapa junto com uns folhetos e, parece estar a querer localizar alguma coisa neles. De repente, a jovem, pressentindo o olhar do azarado, olha na sua direcção e esboça-lhe um longo e rasgado sorriso. O azarado enfia a cabeça no jornal e pensa com os seus botões: “não, ela não está a olhar para mim. Esquece! Ela não é para ti. Esquece!” Mas ele volta a lançar um tímido olhar furtivo só para se certificar e, vê que a jovem se levanta e começa a dirigir-se para ele.

Ainda está a acompanhar-me no desenrolar deste cenário? Óptimo! O que acha que o azarado vai fazer?

O azarado enfia novamente a cabeça no jornal e finge estar a ler uma notícia qualquer (o jornal está de pernas para o ar). A jovem aproxima-se e pergunta-lhe:

Jovem: Desculpe, será que me poderia ajudar?

Azarado: Sim?!

Jovem: Sabe onde fica esta exposição de carros antigos? Eu tenho aqui um mapa, mas...

Azarado: Não, não sei...lamento!

E enfia a cabeça no jornal novamente. A jovem, desapontada com a reacção do azarado, prepara-se para regressar à sua mesa, quando é abordada por um outro homem.

Sortudo: Desculpe, não pude deixar de ouvir a conversa... precisa de ajuda?

Jovem: Sim, precisava de encontrar esta exposição de carros antigos. Eu tenho aqui um mapa, mas não estou a conseguir situar-me. Sabe onde fica?

Sortudo: Deixe ver....ah sim já ouvi falar nesta exposição, julgo que até não é muito longe daqui, mas também não tenho a certeza.

Jovem: Oh! Que pena...

Sortudo: Já percebi que está de visita a esta zona....

Jovem: Sim, estou.

Sortudo: E já foi ao posto de turismo informar-se sobre as atracções locais?

Jovem: Não. Tem um posto de turismo aqui perto?

Sortudo: Sim tem, eu estou indo naquela direcção, se quiser posso acompanhá-la até lá e aí eles vão lhe indicar onde fica essa exposição.

Jovem: Ah que óptimo! Você não se importa?

Sortudo: De forma alguma, eu acompanho-a. Vamos?

E saem os dois do café, sorridentes, numa amena cavaqueira, enquanto se dirigem ao posto de turismo.

Onde é que está o nosso protagonista deste cenário?

Já quase me esquecia dele... Ah! pois é, está sentado na cadeira, com a cabeça enfiada no jornal, a fingir que lê uma notícia, com o jornal de pernas para o ar e a dizer mal da sua vida: “Grande sortudo! Lá vai ele com a moça e eu aqui sentado no café. Fogo! Só a mim é que estas coisas não acontecem.”

Espere! Pára tudo! Você ouviu bem o que vai na cabeça do nosso azarado??!!: “Só a mim é que estas coisas não acontecem....” Fui só eu que vi que “estas coisas tinham acabado de lhe acontecer” e ele não as soube aproveitar? Ou você viu também? Viu mesmo? Óptimo!

Mude de atitude e agarre as oportunidades

Então, podemos voltar ao nosso tema de hoje e, deixar o azarado a lamentar-se da sua vida, enquanto o sortudo leva a jovem pela mão até ao posto de turismo. Há alguns dias atrás eu ouvi uma frase poderosa de alguém que dizia:

"Você é dos que choram? Ou dos que vendem lenços?"

O azarado ficou lá, sentado na mesa do café, a chorar e a lamentar-se da sua pouca sorte, lembra-se? E o sortudo? Vendeu o lenço à moça e saiu com ela de braço dado, numa amena cavaqueira. As oportunidades, não só, devem ser identificadas para serem aproveitadas, como nós próprios as podemos criar pela forma como lidamos com as situações.

O azarado teve a oportunidade aos seus pés, lembre-se que a jovem veio ter com ele, e ele simplesmente a desprezou. O sortudo criou a sua própria oportunidade (desperdiçada pelo azarado), dirigindo-se à jovem e oferecendo-lhe os seus préstimos. Em ambos os casos, foi a atitude de cada um perante a situação, que ditou a sua sorte.

Milhares de pessoas ao redor do mundo, andam à procura de uma oportunidade, por aquela oportunidade de mudarem as suas vidas, de realizarem os seus sonhos, de comprarem aquele carro, de mudarem de emprego, de arranjarem um emprego, de ganhar dinheiro fácil, de ser bem sucedido na vida, de ir de férias para uma praia paradisíaca, de comprar uma casa, de arranjar uma namorada... mas continuam a ir ao café do costume, que tem os clientes do costume e a beber a meia de leite do costume. Se mudassem de café e, fossem até à esplanada que está logo ali ao lado, provavelmente iriam encontrar a jovem linda, simpática, de cabelo esvoaçante....

Se acha que a sorte não lhe sorri, que não vai ter a oportunidade única que desejava, para realizar os seus sonhos, que não pode lutar contra as forças do destino... Mude de café! Mude de vida! Agarre as oportunidades únicas e realize os seus sonhos!

E você? É dos que choram e acreditam no desígnios do destino? Ou dos que vendem lenços e fazem o seu próprio destino?

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